quarta-feira, 26 de setembro de 2007

Circo

Não quero partilhar o caos contigo.
Peço-te que te afastes de mim, deixa o meu espírito respirar. Sufoco, dentro destas paredes invisíveis que criei para tentar evitar-te. A vida perfeita está no exterior, afastada destas caixas de Pandora que nos guardam. A minha mágoa é o teu sorriso, o meu desespero é o teu vulto. “Porque me fazes isto?!PORQUÊ?!?!?!”, gritam vozes dentro da minha alma. O som é ensurdecedor, agonizante como mil agulhas. Por favor, faça-se silêncio, quero ouvir a chuva lá fora!
“Bom dia. Dormiste bem?......................................I………………love…………………………………………………………………..you”. A voz fica cada vez mais distante á medida que caio neste poço lamacento. Quem me dera acordar deste Anátema tão injustamente lançado sobre mim.
Já não sei o que escrevo, nada disto faz sentido, nunca fez. Talvez esteja só a balbuciar palavras soltas, na fé de vê-las juntarem-se sozinhas, formando frases, textos, testamentos, manifestos contra toda esta loucura… Já nada posso fazer senão aceitar todo este cenário ridículo, espectáculo digno de circo. Já não quero ver mais.