domingo, 5 de agosto de 2007

Terra do Nunca

"Sonho em voltar lá um dia. Todas as noites esse desejo se manifesta num ardor flamejante, deixando-me sem ar. Continuo por cá, vagueando pelas ruelas da minha constante demência. Os vultos negros continuam a dançar num cenário cinzento e perturbador. Como eu anseio em voltar....
Á nossa Terra do Nunca. A ilha paradisíaca onde o céu era azul, onde nos perdiamos na areia fina da praia a que chamávamos nossa.Como sinto falta desse céu que nos deixava voar lado a lado, ao som das nossas próprias inseguranças.
Mas tu não quiseste voar mais. Disseste que preferias o solo firme e voaste para longe. Fiquei sozinho, no cenário idílico que tinhamos criado. Nem mesmo um paraíso pode ser desfrutado sem a tua companhia.Depressa tudo mudou. O ar ja não era puro, as árvores morreram,tudo se tornou num deserto.A areia perdeu toda a alvura encandescente que outrora me pacificava.
Arranquei as asas,jurei nunca mais sair do solo. A tua ausência perturba-me.
Voltei á Cidade do passado, urbe que esconde todas as minhas fobias,que preserva a minha revolta e a minha dor.
Ontem choveu. Ja nada me deixa voltar para aquele sitio,tudo aquilo faz parte do passado,tudo se assemelha a um sonho distante."

Obrigado

3 comentários:

Marta disse...

Terras assim (Do Nunca ou do Sempre) vão sempre surgindo e é aí que reside o que de mais mágico e poderoso há nisto tudo. E por Terras assim é que vale a pena isto tudo.

Beijo

Anônimo disse...

Sera que vale a pena viver em funçao de alguem?
Sera que nao podemos viver simplesmente por nos?
Sera que quando voamos e vemos o nosso reflexo nas aguas temos orgulho do que somos quando vivemos submetidos a outrem??
Sera que ainda podmos viver um conto de fadas?
ONDE FICA A TUA TERRA DO NUNCA?

Bju

Insano disse...

Nao vale a pena viver em função de alguém. Mas vale a pena viver sob a nossa própria função, para alguém! Contudo, na Terra do Nunca as coisas não precisam de ser assim, complicadas. Isso é coisa de adultos, que são uns chatos. Nós, crianças, passaríamos muito bem sem isso. Sem crescer... nunca!